30.9.09

Do poetar

Tem um provérbio latin que diz "Nulla dies sine línea" – Nem um só dia sem uma linha.
Será mesmo que o ato de escrever deve ser um exercício constante?
Por que minha poesia é tão insolente, autônoma, volúvel?
Ou ela vem como um tsunami ou se recolhe em seu recôndito secreto e mergulha no silêncio por dias, meses.
Fica a pergunta: É possível  domar a poesia, ou serão apenas frustradas tentativas de tirar leite de pedra?

28.9.09

Profundidades

Prefiro a dor do absurdo
a esse mundo apático
corrompido, sem sentido...

Prefiro a morte em silêncio
a palavras esdrúxulas
e aparências vazias...

Prefiro ossos rompidos
a idéias mesquinhas
e condutas banais...

Prefiro a poesia abismal
a versos felizes
ocultando meu mal...

Paola Caumo

23.9.09

Simultaneidade

Nos labirintos da razão
a insanidade pulsa verde,
como um pássaro que ressoa
pelas trilhas do vento.

Sem pressa em partir,
dessassegada por natureza:
entoa seu canto e desatina.

Paola Caumo
23/09/2009

22.9.09

Indelével
















foto: Marcelo Moreira

Indelével

Não importa
se o aço corrói
se o tempo maltrata
se a vida quase escapa

Na estética da flor
sempre haverá doçura
uma doce ternura:
imaginário do amor.

Paola Caumo
22/09/2009